O cenário não é dos melhores para a pecuária em 2016. Vai ser preciso agir com cautela e estar bem armado para lidar com a pressão dos custos e com a dificuldade de ganhos reais no preço do boi gordo. Pensando nisso, o zootecnista e consultor da Scot Consultoria Gustavo Aguiar reuniu três dicas de ouro para ajudar os pecuaristas a enfrentar esses tempos de margens estreitas e manter o faturamento. Confira.
Zootecnista e consultor da Scot Consultoria Gustavo Aguiar
I. Capture o máximo de valor possível
A captação de valor é normalmente considerada no ato da venda do produto. Na comercialização, valorize o atributo da sua boiada (acabamento e volume do lote, distancia em relação à industria e participação de programas de qualidade, por exemplo). Porem, a captação de valor se manifesta não somente na venda, mas também no ato da compra. De fato, este deve ser o principal ponto de atenção dos negócios agropecuários.
Como exemplo, a reposição. A capacidade de ser eletivo nas compras diminui conforme cai a disponibilidade de produto, e esta e a realidade vigente neste mercado. Mesmo assim, estar atento à condição do animal (escore) e suas características pode guiá-lo a uma compra ‘otimizada’ ao seu sistema de produção. Como saldo, são gerados melhores resultados e valor.
Outro exemplo são as compras em datas historicamente favoráveis. Isto pode gerar vantagem, como na aquisição de milho em época de pressão de colheita, por exemplo. Capacidade logística e de estiagem deverão ser consideradas. Compras em grupo também são opcionais interessantes para a captação de valor e aquisição.
II. Apure com perfeição sei caixa e preserve
O capital em caixa e liquidez de ativos funcionam como apólice de seguros em tempos difíceis. Além disso, possibilitam atuar rapidamente para o aproveitamento de oportunidades de compra. Porém, para gerir o caixa, deve-se primeiramente tê-lo apurado da melhor forma possível.
Para isso, controle e organização das informações são fundamentais. Definir uma periodicidade para a revisão geral do fluxo de caixa e dos controles que o compõem é importante. Lembre-se, o fluxo de caixa é o coração da empresa.
III. Na busca da otimização, dedique atenção especial ao seu (s) principal (is) item (ns) de custo.
Como dito no primeiro item, o custo é o ponto onde os produtores rurais podem, efetivamente, agir. O segredo dos produtores rentáveis está na otimização de cisto. Atenção, otimização não é sinônimo de corte, mas sem de ter o melhor aproveitamento para cada real gasto.
Na busca desta otimização, é mais impactante e prático atuar de forma enérgica sobre o seu principal centro de custo do que agir de forma mesmo intensa em vários centros de custo mesmos representativos. Como exemplo, para fazendas que utilizam intensamente insumos modernos, comece a otimizar pela melhoria do processo de compra e frete. Procure maneiras de melhorar este processo.
Outra fonte é o melhor aproveitamento dos colaboradores, uma fatia considerável dos custos de uma fazenda. Elevar a relação de cabeças produzidas por colaborador é uma estratégia. Atuar nestes itens tende a ter um impacto maior do que dedicar esforço inicial a otimizar o gasto com energia ou manutenção, por exemplo, que normalmente tem menos participação.
Em resumo, analise sua distribuição de custos por começar pela maior fatia. Os resultados aparecerão rapidamente.