Carne artificial pode começar a ser vendida em cinco anos

14/11/2015 16:02
Professor Mark Post apresenta o primeiro hambúrguer sintético do mundo, feito a partir de células-tronco bovinas

Artificial: o hambúrguer é feito a partir de células-tronco bovinas

 

Cientistas da Universidade de Maastricht, na Holanda, que produziram o primeiro hambúrguer em laboratório do mundo, agora querem vendê-lo. De acordo com os pesquisadores, a carne artificial será mais saborosa e barata do que as carnes tradicionais vendida atualmente.

Para fazer a venda do hambúrguer artificial, Mark Post, professor que desenvolveu a carne in vitro, uniu-se a Peter Verstrate, técnico em alimentos, para criar a empresa Mosa Meat. A companhia vai empregar 25 cientistas, técnicos de laboratórios e gerentes.

Segundo reportagem da BBC, o hambúrguer artificial ficaria disponível apenas para encomendas. Porém, se a demanda for grande, os cientistas dizem que a carne pode chegar ao mercado popular.

 
 

 

O hambúrguer foi sintetizado pela primeira vez em 2013 e custou 250 mil euros aSergey Brin, co-fundador do Google e financiador do projeto. Porém, a ideia não chamou tanto a atenção de investidores devido ao seu preço alto: cerca de 215 mil libras, ou seja, mais de 1,2 milhão de reais.

Agora que os pesquisadores estão conseguindo diminuir o preço da fabricação, eles esperam começar as vendas do produto o mais rápido possível. “Acredito que vamos colocar [o produto] no mercado em cinco anos”, disse Post, à BBC.

Como é feito

O produto é feito a partir de células-tronco encontradas em nervos e na pele da vaca. No entanto, diferentemente da maioria dos estudos (em que as células-tronco são utilizadas para transplantes), nesse artigo os cientistas as utilizaram para cultivar gordura e músculo.

Após a retirada dessas células, os pesquisadores as colocam em uma cultura com elementos químicos e nutrientes. Três semanas depois, as células-tronco multiplicadas são divididas em recipientes menores.

As células “adultas” se transformam em tiras de músculos de cerca de um centímetro de comprimento. Já as pequenas tiras são unidas, coloridas e misturadas com gordura para se tornarem, finalmente, um pedaço de carne artificial.

Outra opção

Além do preço baixo e do sabor, os pesquisadores também se preocuparam com outras questões relacionadas ao hambúrguer. Já em 2013, eles relataram que a técnica poderia se tornar uma boa solução à escassez de carne no futuro.

O produto também poderia ser uma alternativa aos vegetarianos – já que nenhum animal sofre durante o processo.

“Estou confiante que, quando for oferecido como uma alternativa à carne, um número cada vez maior de pessoas vai achar difícil não comprar nosso produto por razões éticas", disse Verstrate à BBC.

 

Fonte: exame.com

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