Pão de Açúcar estende garantia de origem para 100% da carne bovina

10/06/2013 18:56

Nossa meta era redução de 39% no percentual de devolução e alcançamos 47%, comemora zootecnista 

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Rastreamento aumenta a segurança para o consumidor sobre procedência da carne e reduz riscos para a cadeia produtiva

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Desde abril deste ano, todo consumidor que adquire carne bovina em uma das 615 lojas do Grupo Pão de Açúcar no País pode verificar qual foi a fazenda que produziu o boi que deu origem ao corte e também a localização e o nome da propriedade e da planta frigorífica onde o animal foi abatido. Para isso, basta usar o código QR Code impresso na embalagem e que pode ser lido com o uso de celular.


O rastreamento da carne bovina, antes restrito à marca Taeq, proveniente de criatórios da raça espanhola Rubia Gallega, agora se estende para toda a carne bovina comercializada pelo grupo, que é entregue por 80 unidades de abate de quatro frigoríficos. A marca Taeq foi incluída no Programa Qualidade Desde a Origem (QDO) em 2011, mas o projeto existe desde 2008, quando começou a ser aplicado com hortaliças, legumes e frutas nas lojas de São Paulo e, um ano depois, foi estendido à toda rede no País.

O rastreamento não está sendo usado apenas para oferecer garantia ao consumidor de que ele está levando para casa um produto sanitariamente seguro e com propriedades intrinsecamente ligadas à qualidade, como maciez e suculência, mas, também, para identificar - e eliminar - gargalos que geram ineficiência na cadeia da produção. 

Segundo Leonardo Miyao, diretor comercial de perecíveis da rede varejista, o programa QDO criou um canal de comunicação entre o fornecedor e o Grupo Pão de Açúcar para que houvesse maior interação para melhorar a qualidade do produto e os processos que levam a carne da fazenda até as gôndolas.

"O rastreamento permite o fluxo de informação bidirecional que vai permitir ao fornecedor descobrir os seus pontos críticos que estão gerando produtos não conformes, que podem estar no manuseio da carne, no transporte ou no armazenamento", explica o executivo.


Para isso, o programa mapeia em uma plataforma de Controle de Desempenho de Fornecedores de Carnes as etapas da produção, permitindo que o fornecedor acompanhe, em tempo real, o seu desempenho em todos os quesitos de qualidade analisados pelo GPA para definir se a carne atende ou não ao padrão estabelecido pela empresa por meio de auditorias, inspeção de qualidade no recebimento do produto, monitoramento de resíduos, análises microbiológicas e a medição da maciez, que é expressa em força de cisalhamento.

A reportagem, feita pelo jornalista Fernando Yassu, mostra que resultado da implantação do programa QDO na cadeia da carne bovina já apareceu, embora as ações, nesta primeira fase, estejam concentradas apenas nas 80 plantas frigoríficas que fornecem carne para a rede varejista.

Nos 11 meses que antecederam o lançamento do programa, a empresa registrou média de 5,1% de devolução dos produtos que não passaram pelo crivo dos exames laboratoriais e medição de maciez e foram considerados não conforme com o padrão de qualidade exigido pela rede varejista. Em fevereiro, o último mês do monitoramento que antecedeu o lançamento do QDO para a carne bovina, a devolução caiu para 2,7%.

"Nossa meta era uma redução de 39% no percentual de devolução e alcançamos 47%", comemora o zootecnista Giampaolo Buso, sócio da Paripassu, empresa que desenvolveu a plataforma que rastreia a carne do pasto à gôndola do supermercado.

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