Paulo Leonel, filho do Adir do Carmo Leonel, ícone do nelore, acaba de me comunicar que o touro nelore Quanupur, do seu criatório, apresentou um nível de marmoreio de 5%. A avaliação foi comandada pela doutora Liliane Suguisawa, do Laboratório DGT Brasil, de Presidente Prudente, interior de São Paulo. Paulo e Adir são de Ribeirão Preto (SP).
Esse é um grau de marmoreio muito alto, “impensável” para o nelore. É difícil até a raça alcançar 2% de marmoreio, informa Paulo. Ele inclusive brincou que “é marmoreio de wagyu”, raça japonesa que tem a carne mais saborosa do mundo, segundo estudiosos.
Com a palavra, a doutora Liliane: “Esses resultados representam uma quebra de paradigma, agregando características que a raça nelore não tem e colocando nossa carne em outro patamar. Um grande diferencial para a qualidade da carne brasileira.”
Liliane já analisou 500 mil animais de sangue nelore. Ela constatou que vários touros alcançaram grau de marmoreio acima de 3%. “Quanupur é um caso único, mas realmente esses níveis que constatei vão indicar uma tendência na criação do nelore. Ninguém acreditava que a raça nelore chegasse a esse grau de marmoreio. Mostramos que a possibilidade é real”.
Paulo me disse que teve outros touros da sua marca, a Nelore Adir, com grau de marmoreio próximo a 4%. Fala o fazendeiro Paulo Leonel: “Esta avaliação é resultado de um trabalho de 55 anos, focado em raça comprodutividade.”
Liliane é diretora técnica do laboratório. A empresa atua em toda a América do Sul.
Drª Liliane Suguisawa, zootecnista e professora de ultrassonografia de carcaça e carne pela UNOESTE em Presidente Prudente e da FAZU em Uberaba.
—————