Pecuária é atividade que demanda dedicação e especialização

07/12/2015 16:34

Especialista esclarece a importância em voltar as atenções à qualidade da produção

REVISTA FEED & FOOD

Como um dos pilares da economia brasileira, a pecuária faz até hoje parte da história de muitas famílias – seja em suas mesas ou como ganha-pão. A tradição reúne diversos exemplos de sucesso, mas é preciso tratar a atividade como negócio e não como paixão. Esses são os dizeres da zootecnista e gerente de Operações do Programa Montana (São José do Rio Preto/SP), Gabriela Giacomini.

Após viajar pelo Brasil, Paraguai e Uruguai, a especialista identificou os principais pontos para exercer a atividade da melhor maneira possível, gerando uma produção de qualidade sem deixar de ser lucrativa. Uma delas, citada no início do texto, refere-se à tratar a pecuária como negócio. “Temos que gostar do que fazemos e dedicar a isso o nosso melhor, mas sempre pensando com a cabeça, de preferência com a ajuda de uma calculadora e uma planilha”, explica.

Gabriela trabalha com reprodução de touros, acompanhando desde o acasalamento até o dia da venda (Foto: divulgação)

Gabriela trabalha com reprodução de touros, acompanhando desde o acasalamento até o dia da venda (Foto: divulgação)

A especialização é outro fator importante para alcançar bons resultados. Escolher um tipo de criação para a qual se tem mais experiência (cria ou engorda, por exemplo) é mais vantajoso do que arriscar fazer seus próprios touros, por exemplo. “Toda vez que ouço um criador dizendo que seu gado está bom e vai começar a produzir seus próprios touros, penso ‘esse já começou a perder’, porque por melhor que sejam os seus touros, sem ferramentas genéticas eles sempre serão bois de ponta de boiada”, fala Giacomini.

O que remete a outra observação da especialista em suas viagens: é importante sempre comprar touro de quem produz touro. Apesar de parecer banal, este ensinamento é importante devido à experiência, conhecimento, dinheiro, paciência e ferramentas genéticas que a seleção de touro exige. “Touro tem que ser cabeceira de rebanho, tem que ter avaliação genética, tem que ser melhorado”, pontua. Trabalhando no Programa Montana desde 2007, a acompanha de perto todos os processos para formação de um bom touro, desde o seu acasalamento até o dia da sua venda.

Outro ponto arriscado que a especialista aponta é investir em raças de acordo com o que “entra na moda”. “Invariavelmente acontece a mesma coisa: aparece uma novidade, muita gente entra gastando fortunas, quem começou vendendo fica rico, quem mudou todo o gado todo termina bravo e a raça some do mercado”, comenta.

Com o passar dos anos o uso da tecnologia vem se tornando cada vez mais necessário nas produções espalhadas pelo Brasil. Utilizar todas as ferramentas disponíveis para ser o melhor na atividade proposta só traz benefícios. “Vejo muita gente optando por carros modernos, celulares com tantas funções que não sabemos usar e tratando a fazenda como o bisavô tratava, de modo extrativista, usando os touros do vizinho e reclamando que pecuária não dá resultado”, critica Giacomini. Para ela, a tecnologia está disponível para ser aplicada e deve fazer parte do dia a dia do produtor. Buscar conhecimento só faz o negócio evoluir.

Fonte: A.I., adaptado pela equipe feed&food.

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