A Estação Experimental de Alagoinha, da Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (Emepa), é um centro de excelência na área de estudos das raças zebuínas leiteiras. Situada na Paraíba, às margens da Rodovia PB-075, a 220 km de Recife, conta 580 hectares dedicados ao melhoramento do rebanho bovino brasileiro. Desde 1996, uma equipe de especialistas estuda a raça Sindi por lá. O foco é a produção de leite, assim como cruzamentos com as raças taurinas, principalmente a Jersey. Desde 2014, realizam também um Teste de Progênie que promete resultados satisfatórios.
O pesquisador Rômulo Pontes de Freitas Albuquerque é o responsável pelos estudos com o rebanho Sindi. Zootecnista e especialista em melhoramento genético, ele conta que as pesquisas consistem em coletar informações para o conhecimento de famílias e linhagens que se destaquem por produção de leite acima da média do rebanho. Atualmente, a estação conta com 177 animais da raça Sindi.
“Em 1988, a Embrapa do Pará cedeu em comodato à Emepa quatro reprodutores, 30 matrizes e quatro crias, todos descendentes da importação de 1952. Em 1993, o rebanho Sindi da Emepa foi transferido para a Estação Experimental de Alagoinha, onde, em 1996, começou a ser avaliado em produção de leite”, conta o pesquisador.
Nesses 20 anos de estudos, o Sindi provou ser uma boa opção para produzir leite. “A raça vem se destacando no Semi-Árido brasileiro como produtora de leite em quantidade suficiente, na comparação da média de produção do rebanho regional. O gado leiteiro originário das regiões de clima temperado não se acha adaptado geneticamente ao clima e ao parasitismo do Nordeste. Já as raças zebuínas, especialmente o Sindi, vêm demonstrando extraordinário potencial como produtoras de leite, provando excelente adaptação ao clima e, sobretudo, ao parasitismo dessa região”, afirma Rômulo.
Em 2014, a Embrapa, em conjunto com a Emepa e a Associação Brasileira dos Criadores de Sindi (ABCSindi), lançaram um Teste de Progênie para avaliar o rebanho paraibano. O teste é uma metodologia que avalia os touros pelo desempenho produtivo de suas filhas em vários rebanhos, produzidas por acasalamentos aleatórios, com sêmen codificado, em rebanhos puros ou mestiços. Também são utilizadas as filhas resultantes dos acasalamentos dirigidos, nos rebanhos puros em controle leiteiro oficial realizado pelo Programa de Melhoramento Genético Zebuíno (PMGZ), da Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), desde que atendam as exigências de número, distribuição entre fazendas e conexão genética entre grupos de contemporâneos.
Para Rômulo, este é o método mais preciso para se avaliar o real potencial genético de um touro para a produção de leite. Para que um touro seja avaliado e disponibilizado ao mercado é necessário que tenha produzido várias filhas e que estas tenham encerrado a primeira lactação. “Para isto, usualmente são gastos mais de seis anos”, explica.
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