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Ao se verificar os preços que os grãos têm atingido nos últimos meses em função do câmbio e do aumento das exportações, alguns recursos para o melhor aproveitamento desses importantes insumos na formulação de rações precisariam ser vistos com mais atenção, como os relacionados à soja, fonte nobre de proteína, e também o milho, com toda sua energia.
Neste contexto está a ensilagem de grão úmido de milho, ou mesmo dele reidratado, com a adição de grãos de soja crua durante o processo, o que resulta na prática em um excelente concentrado elaborado na própria fazenda, ainda mais econômico e de melhor qualidade nutricional.
Se uma silagem de grão úmido de milho tem perto de 9% de proteína bruta (PB), acrescido de soja ela pode subir para 14-16%, ou mais a depender da quantidade adicionada da leguminosa, com ganhos perto de 12%, em média, na digestibilidade, tanto em sua PB como do amido do milho, resultado da fermentação. Esta maior disponibilidade permite que com menos ração se obtenha o mesmo resultado.
Outra possibilidade que já foi testada e que começa a ser pesquisada em maior profundidade é a semeadura da soja nas entrelinhas do milho em solos mais arenosos, onde este não produz tanta massa verde, permitindo o desenvolvimento da leguminosa. A colheita e a ensilagem são realizadas simultaneamente neste consórcio, diferentemente do que por vezes se faz com as silagens solteiras destas mesmas plantas, sendo adicionadas e misturadas no cocho.
Desta forma, pode-se maximizar a produção de matéria verde na área plantada com a obtenção de um volumoso mais protéico e de melhor qualidade. Benefícios à cultura do milho já surgiram e estão sendo atribuídos, a princípio, à fixação do nitrogênio no solo pela soja.
Essas e outras linhas de estudo se encontram em andamento na Universidade Estadual de Maringá, no Paraná, através do zootecnista Cloves Cabreira Jobim, pesquisador que se especializou na área de conservação de forragens. Desde a década de 1990, ele desenvolve trabalhos com a ensilagem de diferentes tipos de grãos, mas foi no início dos anos 2000 que partiu para associação da soja em grão ao milho em grão, tanto ele úmido como o seco reidratado.
Leia a íntegra desta reportagem em Balde Branco, edição 617, de março 2016
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